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Entre os dias 17 e 19 de março de 2021, a linha de pesquisa Arte, Memória e Narrativa (AMENA) do Programa de Pós-Graduação em História da UFPR realizou a I Jornada AMENA, com o objetivo de apresentar as pesquisas em andamento e já concluídas por integrantes da linha.

cartaz I JORNADA AMENA 2021.png

Cartaz de Luana Hauptman

Resumos das mesas

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Âncora Resumo das mesas

Mesa 1 | História e Música: narrativas e tensionamentos

Amanda Ribeiro Coutinho (Mestra em História/UFPR)

O NASCIMENTO DA TRAGÉDIA NO ESPÍRITO DA MÚSICA: A RELAÇÃO ENTRE SCHOPENHAUER, NIETZSCHE E WAGNER (1819-1888)

 

Schopenhauer, Nietzsche e Wagner são conhecidos principalmente por suas obras e influência nos âmbitos da filosofia, política e música que perpassam o período em que viveram. Tendo isto em vista, surge a possibilidade de analisar a relação entre os pensadores, tendo como ponto de encontro a Música. Schopenhauer, escreveu a obra “O mundo como vontade e como representação” (1819), apresentando os conceitos de Vontade e de Representação em sua leitura da tragédia grega. Essa obra influenciou profundamente Richard Wagner e o ideal criado por ele, a “Obra de arte total”, partindo de uma concepção estética para metafísica. Sob influência de Wagner e Schopenhauer, Nietzsche publicou “O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e Pessimismo” (1871), obra esta que foi dedicada à Wagner, pois além de propor que a música era o caminho para alcançar a harmonia entre os elementos apolíneo e dionisíaco, Nietzsche acreditava que a obra de arte total wagneriana possibilitava a superação da modernidade decadente do século XIX. Em 1876, Nietzsche rompe com a música de Wagner e o pessimismo de Schopenhauer, após perceber a redenção de ambos à moral e a negação da Vontade/Dionisíaco. A partir daqui Nietzsche muda toda a sua concepção filosófica, que até então era embasada pela filosofia schopenhaueriana e faz sua própria leitura da tragédia grega.

 

Camila Quadros (Mestranda em História/UFPR)

 

HISTÓRIA E CAPOEIRA: UM ESTUDO A PARTIR DAS SUAS CANÇÕES

 

Esse trabalho é um dos resultados da pesquisa que vem sendo feita ao longo do mestrado e que tem por objetivo pensar nas relações da história com a capoeira, através das suas canções. Tomando-as como fonte desse estudo, interessa compreender de que forma os capoeiristas, por meio das suas canções, constroem e preservam narrativas históricas. Ao analisa-las, evidenciam-se discursos que criticam uma determinada versão da história brasileira, a qual soa como uma mentira para os capoeiristas. A partir disso, eles elaboram suas narrativas elencando elementos e figuras históricas que são significativas para eles e que, em alguma medida, respondem às demandas do contexto histórico e social, no qual eles se inserem. Embasado nas discussões teóricas e metodológicas acerca da historiografia e da história cultural, com enfoque na história da música e das culturas afro-brasileiras, esse trabalho procura desenredar os caminhos pelos quais a história se constitui através dos diferentes sujeitos históricos.

Ícaro Bittencourt (Doutorando em História/UFPR)

 

MÚSICA E PRODUÇÃO INDEPENDENTE NO BRASIL A PARTIR DA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA DE CHICO MÁRIO (1978-1988)

 

A proposta desta apresentação é abordar alguns dos principais aspectos da experiência multifacetada da produção musical independente do cantor, compositor e violonista Chico Mário, desenvolvida entre as décadas de 1970 e 1980. Para isso, analisarei algumas nuances dos discursos e práticas que constituíram a trajetória artística do músico, apresentando três temáticas principais: 1) a maneira como Francisco Mário e outros músicos independentes construíram e veicularam um discurso sobre a identidade de suas práticas; 2) as estratégias para a produção, gravação, circulação e divulgação de seus discos independentes e 3) os desafios e soluções estéticas encontradas pelo artista na criação de sua obra musical identificada e em diálogo com a produção independente e com diversas expressões da música popular brasileira.

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